Amanhecer parte II- Uma experiência social

       O cinema é algo fascinante. Quando foi criado no inicio do século era só mera curiosidade cientifica, 20 anos depois era forma de entretenimento, na década de 50 já era uma grande indústria de comunicação de massa, hoje é “carro chefe” para puxar venda de produtos como cadernos, roupas, brinquedos, filmes pornô (what?!?!) enfim, vários produtos mesmo. Mas outro dia descobri uma outra forma de ver o cinema... descobri a diversão da “experimentação social e cultural indireta” tendo como base o filme “Amanhecer parte II”. Explicarei...

      No sábado uma querida amiga evocou sobre mim a 5ª lei da amizade que diz:

“Um amigo deve apoiar e se possível ser cúmplice em qualquer plano, ou idéia por mais que seja a maior furada do mundo, mesmo que depois seja para ver tudo ir por água abaixo e fica repetindo: eu te disse! Eu avisei!”

      De posse do texto da lei a referida amiga solicitou minha compania para ver Amanhecer. Não, não ficamos sentados a beira da praia esperando o sol nascer majestoso no horizonte... vimos Amanhecer parte II no cinema mesmo! Aquele dos vampiros, mas nem vou comentar, pois não é o foco do texto. COMO ASSIM NÃO É O FOCO DO TEXTO? O melhor não foi o filme, mas a observação do público que estava lotando o cinema em uma fila homérica que seguia dos guichês ao estacionamento... e olha que o filme estava em 4 das 6 salas do cinema ( a sala 5 era “Até que a sorte nos separe” e ultima sala era a entrada da caverna do Dragão, provavelmente...).

      Durante as 2 horas e meia que fiquei na fila pude contemplar questões pertinentes ao comportamento humano como amizade, amor, compreensão ou “eu ia ficar bolada com você por um mês se me trouxesse no cinema”.

      Dentre as observações que incluíam pessoas se rebaixando para que quem tivesse na frente comprasse o ingresso (quase ganhamos 30 reais nisso...) e roqueiro cheios de tatuagem totalmente deslocados pude traçar um relatório sobre minha observação mais produtiva. Os 5 tipos de público alvo do filme:

1- Público alvo verdadeiro(Aproximadamente 50% do público)

Meninas de 12 a 17 anos que querem ver rapazes lindos e másculos como bonecos de cera, inexpressíveis e românticos ao nível “cantada de pedreiro mode:on”.

2-Pais do publico verdadeiro (Mais ou menos 10% do público)

São reconhecidos por estarem quase sempre de braços cruzados ou mão do bolso e reclamando das filas. Não estão nem ai para o filme, só querem garantir que suas filhas que estão descobrindo o que é progesterona cumpram o trajeto casa/cinema/pizza/casa, na mais perfeita ordem.

3-Namorados ou maridos.( Cerca de 30% do público)

Esses são fáceis de reconhecer. Geralmente se mostram amáveis, os namorados abraçam suas princesas o tempo todo, mas dificilmente abrem um único sorriso. Já os maridos geralmente estão de braços cruzados ou mexendo no celular. Ambos estão ali por chantagem emocional ou sexual. Talvez ambas.

4-Amigos e Amigas atingidos pela 5ª lei da amizade: (Aproximadamente 9,99%)

Não viram os outros filmes, não leram os livros, acham tudo um saco e só estão ali pela amizade, pela pizza ou pelo frango e o molho barbecue do KFC.

5-Criticos espírito de porco (0,001%)

Só está ali para falar mal do filme e rir da desgraça alheia, derramada na vida dos públicos 2, 3 e 4.

      Resumindo...a ida ao cinema  e constatação do que as pessoas fazem diante de uma boa campanha de marketing foi uma experiência muito edificante. Já o filme... ah o filme... o que posso dizer. Nunca senti tanta saudade de Lestat, Blade, Alucard, Vladmir Stamps, Claudia Ohana (interpretando Natasha) e até de Dom Drácula...